Projetos Finalizados

Onde São Paulo acaba? (2009/2013)
Andréa Barbosa
andrea.barbosa@unifesp.br

Projeto Jovem Pesquisador da FAPESP que objetiva perceber os fluxos das identidades e alteridades criados na relação entre São Paulo e Guarulhos e, mais especificamente, as identidades e alteridades construídas pelos jovens moradores de um bairro “periférico” de Guarulhos – O Bairro dos Pimentas na sua dupla relação com Guarulhos e com São Paulo. Questões como relações identitárias deslizantes e apropriação do espaço periférico de forma a ressignificá-lo como centro produtor de cultura e não periferia da produção central são fundamentais nesta pesquisa. O que significa morar nesses bairros situados socialmente e simbolicamente na zona periférica da metrópole em questão? Qual o significado destas fronteiras? Quais as identidades possíveis de serem construídas neste contexto?

Entre zoeiras e rolês: práticas culturais juvenis e espaços de lazer nas cidades de São Paulo e Santos
Alexandre Barbosa Pereira
abpereira@unifesp.br

O projeto apresenta como proposta mapear e discutir práticas culturais juvenis nas cidades de São Paulo e Santos. A partir de levantamento de pesquisas já realizadas sobre práticas culturais protagonizadas, quase sempre em momentos de lazer ou de uso do tempo livre, por jovens das camadas populares, provenientes de bairros periféricos da cidade de São Paulo, pretende-se ampliar a discussão a partir de uma grande multiplicidade de práticas culturais juvenis contemporâneas em diferentes espaços, tratando ao mesmo tempo de atividades e espaços mais ligados às camadas populares e outros mais ligados aos jovens das camadas médias. A ideia de realizar uma pesquisa multilocalizada tem como perspectiva problematizar como as noções de juventude e/ou de práticas culturais juvenis são também entrecortadas por noções de classe social, gênero, sexualidade, raça/etnia, entre outras. Além de se discutir como as duas cidades com diferentes escalas podem contribuir para se refletir sobre o contexto urbano.

Imagem e Ritual: A fotografia e o Sutra Lótus Primordial
Alexsânder Nakaóka Elias
alexdefabri@yahoo.com.br

A pesquisa pretende realizar uma análise da principal expressão ritual da HBS – a emanação da doutrina, oração e imagem sagrada Namumyouhourenguekyou – realizado no Brasil e no Japão, países sócio-culturalmente distintos.O projeto tem como cerne pesquisar a Catedral Nikkyoji, localizada na cidade de São Paulo, além de contemplar templos no Japão (país de origem da HBS), na Índia e no Nepal. A HBS é a mais antiga corrente budista no Brasil, chegando ao país no ano de 1908, pelo sacerdote Ibaragui Nissui. Esta vertente, sobre a qual este trabalho pretende se debruçar, acumula um século de história e tradição.Para desenvolver esta pesquisa pretendo utilizar o método de observação, coleta de narrativas e, principalmente, imagens fotográficas. Com relação ao uso da fotografia, o intuito é o de explorar a potencialidade das imagens para compor uma etnografia da comunidade budista japonesa, na qual haverá, também, uma experimentação etnográfica visual.

Babá Egún, Imagens e outras forças no Ilé Omo Agboulá (Itaparica/BA)
Andrea D’Amato

andrea@andreadamato.com.br

A experiência a que se propõe este trabalho tem lugar no pequeno povoado do Alto da Bela Vista, localizado na praia de Ponta de Areia, município de Itaparica, no estado da Bahia. Particularmente, envolve os moradores do entorno do terreiro Ilé Omo Agboulá e seu culto aos ancestrais, conhecidos como Babá Egún. O intuito da pesquisa é revisitar arquivos e fotografias sobre a comunidade e seus rituais, com afinalidade de provocar agenciamentos e reflexões, e assim compreender as possibilidades de agentividade das imagens. A ideia é compartilhar aspectos de minha interlocução com anfitriões e frequentadores do terreiro sobre memórias, histórias e presenças acionadas pelas fotografias.

Chácara Santo Antonio: a sociabilidade num bairro verticalizado pós-industrial
Antonio Dominguês Louro
antonio.louro1953@gmail.com

Tem como proposta o levantamento de formas de sociabilidade praticadas por moradores e usuários do bairro desde o período em que o mesmo se apresentava como semi-rural, passando a ser industrial a partir da década de 1950 e hoje como bairro de serviços e comércio com modificações na ocupação de seus espaços tanto residenciais como industriais, num cenário de pós-desindustrialização.

​Pimentas e suas imagens: Estudo sobre a construção vivida e simbólica do espaço urbano de um bairro “periférico” da cidade de Guarulhos.
Barbara Sá

Pendências: como corpos que se penduram usam e fazem a cidade
Bárbara Côrtes Loureiro
l.barbaracortes@gmail.com

Ao conjunto de conhecimentos específicos para atividades em suspensão corporal a mais de dois metros do chão, chamamos “técnicas verticais”. Essas técnicas são aplicadas a usos variados, como o trabalho na construção civil e esportes de aventura, configurando formas específicas de acesso espacial. Em suas aplicações esportivas e artísticas na cidade, que particularidades essas práticas revelam em relação aos usos e à significação dos espaços urbanos? Que motivações e que efeitos estão envolvidos na sua realização? Partindo da antropologia urbana e tendo como campo central a permanência do rapel no “viaduto Sumaré”, em São Paulo, esta pesquisa pretende investigar os processos e as implicações dos usos criativos do cenário urbano por praticantes de modalidades verticais.

Se essa rua fosse minha: sexualidade e apropriação do espaço na “rua gay” de São Paulo.
Bruno Puccinelli
monobruno@hotmail.com

Deslocamento e Grafite: Encontros no espaço da metrópole de São Paulo.
Carolina Alves de Brito L. Oliveira
ca_alvesb@hotmail.com

O cinema e a representação dos caminhos vividos e simbólicos criados pelos habitantes na grande São Paulo.

Jean Rouch – a antropologia encontra o cinema no processo de (re)conhecimento, (re)construção e representação do outro.
Debora Costa de Faria
faria.debc@gmailcom

Funk e Kuduro, entre o local e o global.
Debora Costa de Faria

Do emo ao alternativo: práticas de juventudes desviantes
Eduardo Fernandes
eduardofernandessoc@gmail.com

Na empreitada de construir novas documentações e reflexões sobre como os emos aparecem em São Paulo, seus universos e suas visões de mundo, suas interações com o “outro‟, conflitos, alianças e resistências, e o que houve com eles. A pesquisa articula depoimentos de experiências de vida particular e coletiva desses indivíduos delimitando impressões e subjetividades, visibilizando as vozes dos antigos emos, hoje mais velhos. Dialogando revisões e reflexões teóricas e práticas sobre gerações e juventude, padronização e desvios comportamentais, gênero e sexualidade, etnografia, autoria e imagem.

Festa no céu: as relações de sociabilidade construídas pelos “baloeiros” na cidade de São Paulo
Erika Paula do Santos
​euerikapaula@yahoo.com.br

A proposta desse projeto é analisar a ação dos autointitulados baloeiros na cidade de São Paulo procurando compreender como a atividade de construir, soltar e resgatar balões é articuladora de relações simbólicas e de sociabilidade nesses grupos. É possível considerar que o balão quebrou um ciclo que antes estava confinado aos festejos juninos e ganhou novos significados, portanto, esta pesquisa é baseada na hipótese de que o balão, como um artefato cultural, é um meio, ou espaço, pelo qual determinado grupo ou indivíduo expressa a sua participação em um sistema de relações simbólicas. Além disso, o balão é reconhecido também como uma forma de lazer, uma atividade da qual o indivíduo age por livre vontade na produção de um trabalho, que não envolve lucros financeiros, baseada na união e solidariedade de indivíduos que se integram devido a interesses comuns. A partir da década de 80 a mídia passou a repercutir várias tragédias provocadas por balões, e em 1998 foi criado Artigo 42 da Lei 9.605 de crimes ambientais, e o ato de fabricar, vender, transportar ou soltar balões foi colocado na ilegalidade devido à possibilidade de provocar incêndios em florestas ou qualquer tipo de assentamento humano. Mas, mesmo diante dessa situação essas turmas não pararam de surgir e de agir.

Articulações entre memória e narrativa no filme “Edifício Master” de Eduardo Coutinho
Erika Paula do Santos

Infraestruturas, Pandemia e Sociedade: efeitos do COVID-19 no setor elétrico brasileiro
Felipe Figueiredo
felipe.figueiredo@unifesp.br

O projeto tem como temática a relação entre a pandemia do Covid-19 e o Setor Elétrico Brasileiro. O objetivo é investigar os efeitos da pandemia nesse setor fundamental da infraestrutura das sociedades modernas. Momentos de crise no setor elétrico serviram para sua reestruturação no passado e, agora, a crise de natureza epidemiológica coloca novas questões para o setor. Uma perspectiva evidenciada pela pandemia é a de que as redes que compõe a infraestrutura elétrica estão para além dos aparatos tecnocientíficos e políticos, constituindo-se também por associações ecobiológicas que postas em desequilíbrio, geram efeitos dissociativos em toda a rede. A partir de uma perspectiva dos estudos de ciência, tecnologia e sociedade (CTS) e dos estudos de relações multiespécie, vamos seguir as redes que ligam vírus, política e infraestruturas elétricas.

Lazer nos Pimentas: Estudo sobre as formas de apropriação do espaço público em um bairro “periférico”.
Fernanda Conceição Matos
sorriso.fernanda@gmail.com

​Coletivo Kinoférico: Periferia, política e cultura no Bairro dos Pimentas, Guarulhos.
Fernanda Conceição Matos
sorriso.fernanda@gmail.com

O cinema indigenizado de Divino Tserewahú.
Fernanda Oliveira Silva
fernandaoliveira.sociais@gmail.com

A memória de uma nova cidade nas telas do cinema São Paulo: Sociologia, Cinema e Memória.
Fernando José Filho
jose.fernando@ig.com.br

O pensamento “sexual” brasileiro a sexualidade melancólica na formação social brasileira.

Lazer em Piracicaba: Um estudo antropológico sobre as distintas formas de apropriação da “Rua do Porto”
Fernando Monteiro Camargo
camargo.fmc@gmail.com

Este projeto tem como tema o estudo das relações que os múltiplos atores sociais estabelecem no e com o espaço urbano por meio das práticas de lazer. A cidade é considerada como lugar privilegiado de trocas e formação de vínculos sociais na contemporaneidade. O objetivo dessa pesquisa é investigar o cotidiano e as distintas formas de apropriações de uma rua da cidade de Piracicaba-SP: a Rua do Porto . Situada na margem esquerda do rio Piracicaba a Rua do Porto é consagrada como um espaço de intenso fluxo de pessoas para a prática de lazer e para a rememoração histórica. O estudo aqui proposto busca conhecer qual a composição social dos grupos frequentadores da rua e quais suas visões acerca da cidade. Dessa forma, é importante saber como ocorrem as negociações para coabitarem esse espaço e quais as estratégias para que grupos heterogêneos utilizem a Rua do Porto para praticar atividades de lazer.

Santa Olímpia e suas relações com a cidade de Piracicaba: memória e cotidiano de um bairro tirolês.​
Fernando Monteiro Camargo
camargo.fmc@gmail.com

A construção das narrativas imagéticas da mídia sobre o maior desastre socioambiental do Brasil: o rompimento da barragem de Mariana, um diálogo entre a antropologia visual e a antropologia dos desastres
Gabriel Dominguez Cordeiro
gbldominguez@gmail.com

O que as imagens sobre desastres nos contam? Ao mobilizar esses dois campos de estudo das ciências sociais e da antropologia – imagem e desastre – a ideia é tencionar o entendimento sobre catástrofes socioambientais no Brasil e propor um olhar crítico para essas imagens. A partir de imagens produzidas por fotojornalistas e fotógrafos que circulam na mídia, tentaremos problematizar a noção de desastre acionada por eles e de que forma estas fotografias falam da tragédia. Para essa investigação utilizaremos duas matérias de origem jornalística, a primeira publicada na revista Piaui em julho de 2016 e de autoria dos fotógrafos Cristiano Mascaro e Pedro Mascaro, a segunda, publicada recentemente no jornal Estado de Minas, com fotos autorais de Douglas Magno (Agência AFP). Como é possível então pensar a tragédias através dessas imagens? Que conflitos e paradoxos são expostos na relação natureza X humano e o que as imagens mostram e não “mostram”. A antropologia nos oferece um potente caminho para conseguirmos “enxergar” (BARBOSA , 2012) através do exercício crítico das nossas formas de ver, interpretar, enquadrar e representar as tragédias que nos cercam cotidianamente e que estão imbricadas com as nossas formas de vida e relações sociais.

A sociedade nas suas multiplicidades: Perspectivismo antropológico, fotografia e os entreolhares
Gustavo Zavitoski Pedroso
gzavitoski@gmail.com

A pesquisa proposta tem como objetivo apresentar o conceito de “sociedade” na sua multiplicidade diferencial e ao mesmo tempo relacional. Seu percurso será apoiado em três quadros que se ligam um ao outro: o debate antropológico sobre a crescente crise acerca do conceito de “sociedade”; a discussão epistemológica por trás da pesquisa, investigando o conceito de “sociedade” através do multinaturalismo perspectivista e da síntese disjuntiva que se encontram entre os entes, saindo da dicotomia e da abstração até então feita acerca do conceito de “sociedade” e a metodologia a ser usada para esse estudo antropológico, que articula a etnografia e o pensar pelas imagens, aqui no caso, a fotografia na sua potência de produzir intersubjetividades. Esta potência teórico-metodológica, para enfrentar nosso problema de pesquisa, se expressa na alteridade produtiva, que será construída ao longo do processo de pesquisa e utilizada para efetuar a síntese disjuntiva acerca do conceito de “sociedade”.​

Antropologia em movimento: espaço e deslocamento feminino no cinema pensado como lugar etnográfico
Janaína Sant’Ana de Andrade
andradejanaina@hotmail.com

Esta pesquisa tem por objetivo pensar o espaço na antropologia através do cinema. Por meio de uma sensibilização com a imagem e a partir da imagem, buscamos pensar a relação entre espaço e deslocamento no cinema, que aparece como um lugar heterotópico. A análise dos filmes, pensada em moldes etnográficos, se ocupa especialmente desta relação a partir da perspectiva de personagens femininas.

As metrópoles de Wim Wenders: uma cartografia emocional de Berlim, Lisboa e Tóquio
Janaína Sant’Ana de Andrade
andradejanaina@hotmail.com
Essa pesquisa é resultado de um reflexão que busca compreender a habilidade do cinema em operar como uma plataforma para exploração geográfica, psíquica e social, por intermédio de uma discussão teórica aliada da análise dos filmes O céu de Lisboa (Lisbon Story, Wim Wenders, 1994) e Tokyo-Ga (Tokyo-Ga, Wim Wenders, 1985). A partir de apontamentos cartográficos, buscamos exaltar no cinema a possibilidade de um lugar para se explorar o mundo junto à antropologia.

Ser velho: a velhice construída em três filmes brasileiros
Juliane Domingos Yamanaka
julidyama@yahoo.com.br

Esta pesquisa busca identificar e analisar as formas de sociabilidade e relação social entre velhos apresentadas em três filmes nacionais – O outro lado da rua (2004), Onde anda você (2004) e Depois daquele baile (2005), que abordam o envelhecer em contexto urbanos. Desse modo, intentamos perceber os diálogos possíveis entre essas construções fílmicas e os debates sobre velhice no Brasil, em especial no campo das Ciências Sociais com estudos de Guita Grin Debert, Clarice Peixoto e Myriam Moraes Lins de Barros entre outros. Nessa pesquisa os filmes são considerados como artefatos culturais e, nesse sentido, construções que dramatizam situações do cotidiano e são elaboradas pelos cineastas que, compartilhando de valores sociais, agregam a eles sua experiência direta ou indireta (Caiuby Novaes, 2009). Percebo desta forma, os filmes como um lugar privilegiado para a investigação social que proponho realizar.

Paradigmas do envelhecer e cinema nacional: imagens da velhice construídas em Copacabana e Chega de Saudade.
julidyama@yahoo.com.br

Nas tramas da política, nas trincheiras da memória: luta e política entre os favelados de Vila Prudente
​Kassia Beatriz Bobadilla
kabeatriz@gmail.com

Este projeto de pesquisa tem como objetivo desvelar os significados da política e os meandros da ação coletiva na Favela de Vila Prudente, localizada na zona leste e tida como a favela mais antiga da cidade. Promovendo um profícuo diálogo entre antropologia urbana e antropologia da política, esse estudo insere-se no campo de debate sobre a questão urbana e as formas de organização de grupos sociais tidos como “à margem” do Estado. Nessa perspectiva, a pesquisa lança um olhar etnográfico sobre o cotidiano da favela e atuação de lideranças comunitárias, organizações e outros atores. Acompanhando os conflitos, alianças e disputas que permeiam as relações políticas na favela, pretende-se assim analisar como memória e identidade são articuladas de forma estratégica e a partir dos distintos repertórios e contornos que a ação coletiva adquire nesse contexto específico.

Bailan Los Caporales: Performance, Dança e vida social
Kennedy Anderson da Silva Valério
kennedyvster@gmail.com

Este projeto propõe analisar uma dança de origem boliviana que se chama Caporal, a partir da antropologia da performance e da dança, sobretudo partindo das considerações feitas por Victor Turner (1987) e Richard Schechner (2002). Para além das possíveis considerações a respeito de agência cultural, cultura popular e identidade sociocultural na comunidade boliviana, nossa observação dirige-se a compreensão dos elementos e representações dos papéis performáticos que há no Caporal, bem como a disposição espacial e corporal dos dançarinos. Teremos como opção etnográfica, um percurso que é fruto de uma etnografia exploratória, já realizada e que segue rumo às análises imagéticas, construindo uma relação de interlocução com recursos audiovisuais, sobretudo, vídeos que mostram a dança Caporal. Dessa forma, refletiremos a respeito da experiência (performática) que há na relação do pesquisador enquanto espectador que se insere no entreolhares dos media, isto é, na relação que há entre o vídeo e o pesquisador, no momento de exercício etnográfico e, na compreensão sobre a performatividade que há no Caporal a partir dos recursos audiovisuais.

Espaço público e moradia: as construções simbólicas do centro de São Paulo
Lindolfo Campos Sancho
lindolfocampos@gmail.com

Desde a década de 1990 o centro da cidade de São Paulo é objeto de discussões e ações de intervenção que têm como objetivo sua transformação física e simbólica. Considerando que essas discussões e intervenções evidenciam não apenas aspectos objetivos da atual situação do centro, mas também ideais de cidade que, quando confrontados com o centro real , são mobilizados como referência para julgamentos de valor e justificativas de transformações urbanas, o objetivo desta pesquisa é delinear este espaço de fronteiras simbólicas embaçadas a partir dos imaginários construídos a seu respeito quando em relação com estes mesmos ideais de cidade. Procuro evidenciar, assim, como as transformações históricas de seu acervo arquitetônico, dos usos de seu espaço, das formas de ocupação e das características de quem o ocupa são mobilizados em construções simbólicas que imprimem formas de ver e experienciar a região. Desta forma, abordo alguns dos principais momentos de transformação da cidade para realçar dois aspectos que considero relevantes para a compreensão de como uma região diversa como o centro de São Paulo passou a ser reconhecida por determinadas características que são mobilizadas nas discussões e intervenções mencionadas. Estes dois aspectos são: as formações e transformações de sua paisagem edificada enquanto representantes de uma identidade construída e divulgada da cidade, e as transformações nos usos cotidianos de seu espaço com foco em seu espaço enquanto lugar de se morar.

Antropologia no campo expandido: intersecções entre antropologia e arte no estudo do espaço social.
Narrativas para a cidade: sobre a formação e os usos do patrimônio cultural em Diadema.

Vidas em suspenso: imagens e narrativas do desastre de Mariana (MG)
Marcela Roberta Guimarães Vasco
marcelavasco.doc@gmail.com

Este trabalho investiga o desastre do rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, pertencente à mineradora Samarco (controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton), em Bento Rodrigues, subdistrito da cidade de Mariana (MG). O período temporal abarcado pela pesquisa consiste no entre o depois-do-desastre e o antes-da-resolução, compreendido aqui como tempo da espera, que, no contexto do desastre de Mariana, é sobretudo a marcação temporal de uma “vida em suspenso”. Compreender, com o auxílio das narrativas e imagens do desastre colhidas em campo, como se dá essa suspensão é o principal objetivo desta pesquisa.

Imagens Trans: as relações de transexuais com suas fotografias de infância.

Grafite, Hip Hop e Processos de Mobilização Política Entre Jovens Moradores do Bairro Pimentas, Guarulhos.
Paula Harumi Kakazu
harumikkz@gmail.com

A Configuração do Hip Hop na condição juvenil dos jovens moradores de Diadema, SP.

Intervenções gráficas no espaço público urbano: uma abordagem etnográfica da cidade de São Paulo.
Rafael Acácio de Freitas
rafael.freitasde@gmail.com

Juventude, novas formas de protesto e activismo digital: uma abordagem etnográfica transnacional
Ricardo Campos
rmocampos@yahoo.com.br

Este projecto está ancorado e beneficia de uma pesquisa exploratória sobre activismo digital juvenil (http://nyactivismproject.wix.com/nyactivism2014), financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, com conexões internacionais através ao projecto GENIND (Espanha). O pós-doutoramento servirá não apenas para continuar o projecto em causa, analisando um conjunto de dados analíticos recolhidos durante um ano de pesquisa, mas igualmente para (a) re-problematizar conceptual e teoricamente o objecto de estudo e (b) alargar o contexto empírico em análise, integrando uma componente transnacional mais sistematizada. Vários estudos têm demonstrado a relevância que os media digitais desempenham actualmente para a participação dos jovens na esfera pública, sendo estes especialmente importantes em contextos de alguma convulsão social e mobilização política dos cidadãos. Este projecto propõe-se desenvolver uma pesquisa etnográfica multi-situada (Península Ibérica e Brasil), tanto offline como online, baseada essencialmente em observação participante, entrevistas aprofundadas e recolha documental de diferentes tipos, junto de jovens activistas associados a diferentes causas (políticas, culturais e ecológicas).

Reflexões antropológicas sobre o atlas fisionômico de August Sander
Rodrigo Frare Baroni
rodrigof.baroni@gmail.com

Este projeto busca refletir sobre o uso de imagens na pesquisa antropológica, mais especificamente no que diz respeito aos estudos sobre o corpo e as técnicas corporais, ou ainda, sobre o conceito, elaborado por Marcel Mauss e desenvolvido posteriormente por Pierre Bourdieu, de habitus. Para tanto será realizada uma análise das fotografias de August Sander publicadas no livro Face of our time. Tal seleção de fotos, vista pelo ensaísta alemão Walter Benjamin como um atlas fisionômico o qual, ao mesmo tempo em que se distanciaria da antropometria e da fotografia criminal da época (como as realizadas por Lombroso), poderia nos ajudar a pensar na possibilidade de uma cartografia do corpo realizada por meio de imagens. Deste modo, o objetivo da pesquisa é, por meio da análise dos retratos realizados por August Sander, buscar compreender como ele organiza e classifica uma série de gestos, traços, e posturas constituintes do habitus ao realizar uma espécie de mapeamento imagético, ou um “atlas” fisionômico, a partir do retrato de personagens sociais de sua época.

Espaço, corpo e alteridade na construção da peça “Vira-Latas de Aluguel”.
Habitar um mundo de imagens: Reflexões sobre os sentidos e sobre a imaginação por meio das fotografias de Evgen Bavcar.

São Paulo Iconografias Transitórias
Vivian Javiera Castro Villarroel
vivian.javiera@gmail.com

Este projeto busca articular visualmente as paisagens urbanas, as grafias e as ocupações do centro de São Paulo com a fotografia: mediante intervenções gráficas sobre as imagens propõe-se uma reflexão a respeito das transformações que vem sofrendo a visualidade do centro antigo e a própria linguagem fotográfica. A metodologia de trabalho tem sido registrada em um diário de campo com anotações, fotos e mapas. O trabalho final é um livro de fotografia com uma linguagem híbrida com outros meios de representação.